sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Entreveista: Fábio Konder Comparato


No Brasil, hoje, não existe “nem República, nem democracia, nem Estado de Direito”, segundo o jurista Fábio Konder Comparato. Professor emérito da USP, doutor pela Sorbonne e Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, Comparato observa que a atual Constituição já foi remendada 68 vezes, mas em nenhuma dessas ocasiões o povo foi consultado.

O jurista tornou-se um crítico implacável do atual governo. “Lula não enfrentou os grandes problemas nacionais. E não o fez porque põe em primeiro lugar o seu poder e prestígio”, avalia.

Comparato diz ainda que Lula tenta exercer influência sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nomeados por ele. “Alguém do próprio Supremo me contou que o presidente, em alguns casos, antes do julgamento, chama os ministros que nomeou para dizer qual a vontade dele. Eu espero que eles não cumpram a vontade do presidente”, afirma. 


Confira, abaixo, a íntegra da entrevista.:








Carta de Silvio Tendler ao Ministro da Defesa Nelson Jobim

Recebi essa à pouco pelo meu e-mail funcional. Ainda não havia lido essa carta.

Anistia x impunidade

Silvio Tendler

Ao ministro da Defesa Exmo. dr. Nelson Jobim

Invado sua caixa de mensagem pedindo atenção para um tema que trata do futuro, não do passado. O senhor me conhece pessoalmente e lembra-se de que, quando fui secretário de Cultura de Brasília, em 1996, o senhor era ministro da Justiça e instituiu e deu no Festival de Cinema de Brasília um prêmio para o filme que melhor abordasse a questão dos direitos humanos. Era uma preocupação comum a nossa.

Por que me dirijo agora ao senhor? Um punhado de cidadãos - hoje somos mais de dez mil - assinamos um manifesto afirmando que os envolvidos em crimes de tortura em nome do Estado brasileiro devem ser julgados e punidos por seus atos, contrários aos mais elementares sentimentos da nacionalidade. Agimos em nome da intransigente defesa dos direitos humanos.


O senhor, ministro da Defesa, homem comprometido com a ordem democrática, eminente advogado constitucionalista, um dos redatores e subscritores da Constituição de 1988, hoje em ação concertada com os comandantes das Forças Armadas, condena a iniciativa de punir torturadores.

Este gesto, na prática, resulta em dar proteção a bandidos que desonraram a farda que vestiam ao torturar, estuprar, roubar, enriquecer ilicitamente sempre agindo em nome das instituições que juraram defender. É incompreensível que o nosso futuro democrático seja posto em risco para acobertar crimes praticados por bandidos, o que reforça a sensação de impunidade.

O que está em juízo não é o julgamento das Forças Armadas, como afirmam os que as querem arrastar para o lodo moral que mergulharam.

Os chefes militares podem ficar tranquilos porque seus antecessores não irão para a cadeia pelos crimes que cometeram.

O senhor deve estar se perguntando o porquê do meu empenho nesta causa. Vou lhe contar. Despontei pra a vida adulta sob a ditadura militar.

Em 1964, tinha 14 anos e cresci sob o signo do medo. Sou de uma família de judeus liberais, meu pai advogado e minha mãe médica. Invoco as raízes judaicas porque meus pais eram muito marcados pelo Holocausto, pelos crimes nazistas cometidos contra a Humanidade. Tínhamos muito medo das soluções autoritárias.

Em 1969, um companheiro de cineclubismo sequestrou um avião para Cuba. Não tive nada a ver com isso.

Meu crime foi ser amigo - sim, meu crime foi o de ser amigo de um sequestrador.

Quase fui preso. Escapei dessa situação pela coragem pessoal de minha mãe, que driblou os imbecis fardados que foram me prender e consegui fugir de casa nas barbas da turma do Ministério da Aeronáutica.

Tive também a ajuda do coronel-aviador Afrânio Aguiar, que se empenhou até a medula para que eu não fosse preso e massacrado na Aeronáutica.

Em 1970 fui viver no Chile por livre e espontânea vontade. Em janeiro de 1971, do Chile, mandei uma carta para minha mãe. O gesto lhe custou prisão e maus-tratos. Na carta pedia a minha mãe que me enviasse livros e minha máquina de escrever. Militares do DOI-Codi arrombaram minha casa, à procura de uma metralhadora (assim entenderam o que seria "máquina de escrever"). Minha mãe foi levada para o quartel da PE na Barão de Mesquita, onde foi humilhada e um dos "patriotas" que a conduziu assumiu de forma permanente a guarda do relógio que entrou com ela na PE e não voltou para casa.

Amigos ocultos numa rede de gente decente ajudaram a tirar minha mãe daquela filial verde-oliva do inferno.

Sim, ministro, havia muita gente decente nas Forças Armadas. O que leva chefes militares e o ministro da Defesa a se pronunciarem contra a apuração de crimes? Tortura, estupro, morte, muitas vezes seguidos de roubo, são atos políticos passíveis de anistia? Os chefes militares pronunciam-se a favor do pagamento de reparações às vítimas do arbítrio como um ato indenizatório.

No meu caso, ministro, posso lhe dizer que não há dinheiro que feche essa conta. Não pedi anistia nem indenização porque acho que não sou merecedor. A reparação que peço é a punição exemplar dos torturadores da minha mãe. O senhor há de concordar que não estou pedindo muito nem nada despropositado.

Justiça, peço apenas justiça.

Bom 2010 para o senhor.

Atenciosamente,

SILVIO TENDLER é cineasta


 Artigo publicado no jornal O Globo, sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os trogloditas e a Psicanálise

Via Cloaca News


BORIS C. E AS PULSÕES REPRIMIDAS: UM CAÇADOR DE COMUNISTAS À LUZ DA PSICANÁLISE













Este é um caso real, relatado com maestria pelo Dr. Julius Sodemberg.
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Boris C.: os Garis como Bodes Expiatórios das Pulsões Reprimidas
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O caso de Boris C. tem como chave de compreensão o preconceito e a agressividade. Pesquisando a vida desse personagem observa-se que esses dois comportamentos já se manifestavam em sua juventude, seguramente como reflexos de processos anteriores que construíram uma mente fragilizada e sujeita à sublimação constante de seus desejos. Veja-se a reportagem de 1968 revela sua filiação a organizações criminosas na juventude (1), em um tipo de gangsterismo pseudo-politizado e com forte componente de tentativa de afirmação da masculinidade. Para mim, está evidente que o recurso à violência é uma forma de construir uma imagem que oculte os verdadeiros desejos mantidos prisioneiros pelo superego.
Para entender melhor, é preciso pensar nas raízes do preconceito e da agressividade. Vamos entender como cada um desses se manifesta no caso em questão.
O preconceito e a resposta à frustração
A psicanálise não tem uma explicação única para o preconceito. É preciso saber que tipo de preconceito é apresentado pela pessoa analisada, para daí identificar os processos que levaram à construção do preconceito.
O preconceito pode surgir como imitação do comportamento de familiares, especialmente na tentativa de imitar a figura paterna para aproximar-se da mãe. Também pode surgir como resultado de processos mais complexos, normalmente baseados em alguma experiência de frustração ou sofrimento extremo. No caso em estudo, não foi possível obter informações sobre a forma como seus pais e outros familiares se referiam aos garis (ou “lixeiros” como se dizia antigamente e ainda se usa hoje de maneira preconceituosa e depreciativa). Pode ser que o menino Boris, em sua infância nos anos 1940-1950, ouvisse referências negativas aos profissionais da limpeza pública. Mas isso, aconteceu com milhões de outras pessoas, e sozinho não é um fato que justifique o tipo de comentário que gerou a recente execração pública do indivíduo aqui estudado. Assim, é recomendável procurar outros processos que, pelo menos, complementem a explicação.
O preconceito pode se originar do medo. É comum, por exemplo, que o preconceito contra imigrantes acirre-se em momentos de crise econômica, quando as pessoas têm medo de perder seus empregos. Medos atávicos são retomados, muitas vezes recorrendo a estereótipos que correspondem a figuras arquetípicas. Talvez o medo de Boris C. surja ao compreender que sua decadência como jornalista é inexorável, e que simboliza, de certa forma, a decadência de um tipo de jornalismo e de sociedade e dominação a que ele tem servido por décadas. Em reação, Boris C. mira aqueles que para ele representam melhor seu grande e odiado inimigo, o presidente Lula: os trabalhadores manuais menos qualificados.
Em um belo texto que se refere coincidentemente ao preconceito contra os ancestrais de Boris C., os judeus, Mauricio Waldman mostra como o preconceito está ligado às pulsões e aos sentimentos reprimidos (2):
Neste âmago, convivem todos os sentimentos reprimidos, formando uma reserva pulsante do irracional (…) tais pulsões se atiram decididamente na tarefa de conspurcar, violentar e profanar, macular o belo, o gentil, o virtuoso, o piedoso e o maravilhoso. Em especial, elas encontram o seu alvo nas formas que foram eliminadas do espaço, desqualificadas pelo tempo, atiradas para fora da História e da Geografia.

Se formos olhar para os “lixeiros” de Boris C., eles são exatamente aqueles que estão fora da História, ignorados pela cidade enquanto trabalhadores invisibilizados pelo preconceito; e também expulsos da Geografia, moradores das áreas periféricas, dos cortiços e das favelas, expulsos da cidade da elite Esse medo não pode ser buscado apenas em sentimentos objetivos. Não sem motivo, Waldman nos fala sobre a reserva pulsante do irracional. E o que está instalado nesse irracional? Que pulsões serão essas? A psicanálise nos ensina que “existem essencialmente duas classes diferentes de pulsões: as pulsões sexuais, percebidos no mais amplo sentido – (Eros) e pulsões agressivas, cuja finalidade é a destruição” (3). A Pulsão de Morte, central entre as pulsões agressivas, muitas vezes tem sua gênese ligada às pulsões sexuais. Assim, devemos buscar as origens das pulsões na repressão sexual.
Lendo-se atentamente a reportagem sobre ele e seus amigos de juventude, acima citada, é fácil identificar, apesar da reserva com a qual o repórter trata o tema, que se trata de um ambiente de extrema repressão de pulsões sexuais. O que é a choperia onde se reuniam, senão o espaço de sublimação das pulsões recalcadas por meio da construção de uma camaradagem de rapazes que tentam provar sua masculinidade uns aos outros? E a presença da violência como código e valor básico de conduta do grupo de criminosos com o qual Boris C. convivia, segundo o repórter? Novamente, é preciso recorrer às pulsões reprimidas para entender como aqueles rapazes associam-se, na verdade, não para caçar comunistas, mas para caçar os fantasmas das fantasias sexuais que recalcavam dentro de si.
A agressividade como expressão da negação do eu
E, assim, identificando a violência como peça central no mecanismo de recalque de fantasias associadas a pulsões de ordem sexual, chegamos à agressividade.
Freud aborda a agressividade já ao tratar das experiências analíticas de Dora (1905) e de Hans (1909). A partir do estudo desses casos, Freud associou agressividade ao sintoma, responsabilizando-a pela sua produção e reprodução (3). A agressividade muitas vezes é manifestação e válvula de escape do medo, da frustração ou do recalque.
Ao assumir a agressividade como modus operandi da sublimação, o indivíduo muitas vezes toma o caminho da construção do fetiche. Busca, assim, associar a prática da violência com objetos que, de alguma maneira, ofereçam-lhe a segurança que seu eu fragilizado não é capaz de oferecer a si próprio. Não é sem motivo, portanto, que a reportagem de sua juventude menciona que Boris C. gostava de andar armado. Se hoje não tem mais esse hábito, muniu-se de outra arma, o microfone, um outro objeto fálico que evoca o mesmo poder masculino que uma pistola.
Ao desviar a garantia de sua segurança emocional para um objeto que evoque esse poder, o indivíduo normalmente projeta para o exterior um eu que não sente como o seu, mas que vê-se obrigado a projetar. Ao agarrar-se à agressividade baseada em um instrumento e postura arquetipicamente masculinizante, pode fantasiar que é capaz de esconder dos outros o Eu doloroso e frágil com o qual convive, mas não consegue aceitar.
Nem sempre é possível, no entanto, manter isso. Não é sem motivo que seus colegas do tempo de militância na organização criminosa CCC – Comando de Caça aos Comunistas diziam que ele era “mole” com os comunistas. Esse tipo de desvio comportamental tem essa característica: por trás dessa agressividade normalmente esconde-se um grande covarde, que apenas consegue atacar os fracos, mas costuma abaixar-se para os mais fortes e poderosos.

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Referências
(1) CCC ou o Comando do Terror. Reportagem de Pedro Medeiros. Revista O Cruzeiro, 9 de novembro de 1968.
(2) WALDMAN, M. Arquétipos, Fantasmas e Espelhos. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, Nº 23, pp. 44 – 64, 2008.
(3) PAULON, W. Agressividade e psicanálise (2009). Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/26980/1/agressividade-e-psicanlise/pagina1.html

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Oligarquia paraguaia defende golpe contra Fernando Lugo

Em entrevista à Radio Nacional da Argentina, o senador Alfredo Luís Jaeggli, do Partido Liberal defendeu a abaertura do processo de impeachment do presidente Fernando Lugo para que, assim como em Honduras, o golpe de estado seja posto e o capital fique a vontade para varrer o país.


Corrobora a mentalidade neoliberal de outros países da américa latina, como com FHC aqui no Brasil nos anos 90. Argumenta ainda que o socialismo do século XXI que Lugo representa deve ser combatido em nome das reformas modernizadoras.


Comentário: Como podemos ver, a mentalidade castradora das elites, oligárquicas ou não, continuarão a infectar o mundo ainda por algum tempo.


Segue trecho da entrevista descaradamente golpista do senador:



Defesa declarada do “hondurazo”

RN: Por que a necessidade de forçar uma situação para impedir que um presidente termine o mandato?

ALJ: Olhe, o Paraguai é o único país, junto com Haiti e Cuba, que não fez uma reforma modernizadora. Vocês tiveram sua modernização, vocês sabem, com o governo de Menem. O Brasil teve também. O Uruguai também. A Bolívia também, mas desgraçadamente teve uma involução. Já o Paraguai permanece como nos anos 50. As instituições estão totalmente obsoletas. Necessitamos de reformas modernas e este é um dos problemas que apresenta o presidente Lugo...

RN: E o presidente Lugo é um obstáculo para esta modernização?

ALJ: Sim, sim, sim, assim como estou te dizendo...

RN: Então o melhor é afastá-lo e colocar no lugar dele o vice-presidente [Federico] Franco, que poderia impulsionar a modernização?

ALJ: Pelo menos é isso que eu penso e a idéia de muitos outros. Nós não podemos andar para trás, nós temos que impulsionar uma revolução. Nós tivemos 60 anos de ditadura, de castigo, de vandalismo. Nós temos que democratizar, tornar esse país atraente para investidores externos...

RN: Algo similar ao que ocorreu em Honduras: afastar Zelaya para o capital se sentir mais seguro para investir?

ALJ: Olhe, eu também tenho minhas idéias que são diferentes das de vocês a respeito do que aconteceu em Honduras. Eu sou parte da Fundação Liberdade, e essa fundação é parte da Fundação Naumann. O presidente hondurenho assumiu a presidência com um modelo liberal e logo o traiu indo para o caminho do socialismo do século XXI. Desculpem-me, mas, para mim, o que ocorreu em Honduras foi totalmente legal.

RN: Mas tem que haver uma razão. Você poderia enunciar quais são as razões?

ALJ: A primeira razão é que este pobre país não tem nenhuma mudança e com este senhor possivelmente vamos andar para trás ao invés de termos uma revolução. O que este senhor quer é liquidar os partidos e dar o poder para as organizações sociais. O que ele quer é apresentar como uma panacéia o socialismo do século XXI e para a grande maioria na Câmara dos Deputados e na Câmara dos Senadores, das quais somos representantes eleitos, isso não é assim. Nós temos que fazer o contrário de tudo isso.

Nós não estamos gostando do que está ocorrendo na Bolívia, na Venezuela e tampouco na Argentina, vamos ser honestos. Um pouco menos na Nicarágua, segundo nos parece. Podemos estar equivocados, mas os índices econômicos da Bolívia e da Venezuela estão muito pior do que antes. Então o que queremos é evitar isso, porque aqui a pobreza é extrema, temos que fazer esse país avançar. Temos que conseguir que haja indústrias, investimentos, crescimento econômico, democratizar, abrir o país, e este senhor quer exatamente o contrário...

RN: Em que países da América Latina esses planos de orientação liberal diminuíram a pobreza?

ALJ: No Chile. Que lhe parece? Não está de acordo comigo? Ou você acredita que foram os socialistas no Chile que fizeram a economia crescer. Eles não mudaram sequer a legislação trabalhista chilena. Essa legislação ainda é a de Pinochet. O que acha disso?

RN: Chama a atenção, senador, que você não mencionou a conduta pessoal do presidente Lugo e sabe que eu faço essa pergunta porque sou mulher...

ALJ: Olhe, honestamente lhe digo que sou muito prático e muito sincero. Se Lugo tivesse tido a conduta moral que teve, mas tivesse feito as reformas que foram feitas no Chile, não veria problemas. Simples assim.


Urgência da solidariedade internacional

Como se observa nesta asquerosa entrevista, as forças oligárquicas do Paraguai estão decididas a derrubar Fernando Lugo para impor “reformas modernizadoras”, nos moldes do ditador Augusto Pinochet e dos presidentes neoliberais Carlos Menem e FHC. Para elas, Honduras é o exemplo a seguir para barrar o “socialismo do século XXI”. Na avaliação destas forças antidemocráticas, de caráter fascista, o presidente Fernando Lugo coloca em risco os privilégios da oligarquia. Numa entrevista ao jornal argentino Página 12, o secretário-geral do Partido Comunista do Paraguai, Najeeb Amado, e o líder camponês Ernesto Benítez alertaram para o risco iminente do golpe.

Para eles, as recorrentes crises institucionais, forjadas pelas elites e amplificadas pela mídia, têm fragilizado o presidente eleito. Sua sustentação parlamentar também estaria declinando de modo acelerado. A ampla coalizão que apoiou Lugo se desfez. Desde o início do governo, ele enfrenta absoluto bloqueio à execução do seu programa. Propôs a reforma agrária, mas até o esforço para identificar o latifúndio improdutivo é acusado de “subversivo”. A crise institucional criada no Supremo serviu, agora, para unificar as forças oligárquicas, que partem para a ofensiva golpista.

O sítio Opera Mundi observa que a situação de Lugo é delicada. “O ex-presidente da República, Nicanor Duarte, do Partido Colorado, e o líder da UNACE, general Lino Oviedo, acusaram Lugo de estar por trás de uma manobra política. A posição é acompanhada por alguns aliados do vice-presidente, Federico Franco, que vive em constante conflito com Lugo... Alguns deputados já disseram que as forças armadas poderiam ir às ruas e outros que era possível um ‘hondurazo’... Tudo indica que Lugo, que terminou 2009 com polêmicos casos de paternidade, com relação ruim com o Congresso e sob ameaças de impeachment, deverá ter um 2010 bastante difícil”. 


Via Golpe "Hondurenho" no Paraguai

"Repressão política" passa a ser "violação dos direitos humanos" em novo decreto

Por Rafael Mendes


A mudaça vai de acordo com insurgência dos militares contra o termo "repressão política", que colocaria na mira da Comissão da Verdade os militares envolvidos em práticas de tortura durante o regime. O novo termo "violação dos direitos humanos" abre espaço para a investigação de opositores do regime que também tenham praticado crimes.


Em reunião com o ministro dos direitos humanos, Paulo Vannucchi, e o ministro da defesa, Nelson Jobim, o presidente Lula chegou a um meio-termo de solução ao manter o decreto anterior do 3º PNDH e comprometendo-se a editar ainda hoje (13/01) um novo texto que dispõe sobre um grupo de trabalho que deverá criar a comissão da verdade. 

Nesse novo texto, a "repressão política" vira "violação dos direitos humanos". Nas disposições transitórias do novo decreto, deverá constar que o direito à anistia permanecerá, isto é, aqueles que forem investigados e houver comprovação de seu envolvimento com a REPRESSÃO POLÍTICA violação dos direitos humanos, não serão punidos.


O objetivo da Comissão será exclusivamente a Verdade e o direito à Memória.


Leia mais:
Governo fará decreto para criar comissão da verdade

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Terremoto no Haiti

 De O Globo

Forte terremoto provoca caos e destruição no Haiti 

 

Plantão | 13/01 às 00h19 O GloboAgências Internacionais

 
RIO - Um forte terremoto de magnitude 7 graus na escala Richter atingiu o litoral do Haiti por volta das 17h de terça-feira (20h de Brasília). Uma réplica e uma tréplica de magnitudes 5,9 e 5,5 foram sentidas na região logo em seguida. Casas e prédios, entre eles o palácio do governo, desmoronaram logo em seguida. nda não há número oficial de vítimas, mas segundo relatos iniciais, dezenas de mortos e feridos estão sob escombros. O ministro da Defesa, nelson jobim, informou, através de nota, que algumas instalações usadas por brasileiros no haiti sofreram danos . A cidade ficou às escuras e telefones fixos e celulares ficaram fora do ar. 

- O Palácio Nacional, os ministérios das Finanças, do Trabalho, de Comunicação e Cultura, o Palácio da Justiça e a Escola Normal Superior caíram - relatou um jornalista da TV Haitipal por telefone, de Porto Príncipe, à agência de notícias AFP.
( sede da missão da onu no haiti sofreu graves danos; funcionários estão desaparecidos)


Testemunhas, rádios e TVs locais relataram ainda o desabamento de um hospital em Pétionville, um subúrbio da capital; de construções de um aeroporto; de um hotel, do Parlamento; da catedral, além do bloqueio de estradas por destroços. A capital ficou coberta por uma espessa camada de poeira, que escureceu o céu após os desabamentos. Em entrevista à CNN, Frank Williams, da ONG World Vision Haiti, relatou que moradores atônitos gritavam pelas ruas procurando por parentes e escavando escombros em busca de sobreviventes.

Na noite de terça-feira, o embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, afirmou que todos os militares brasileiros que integram a missão de paz da ONU no país estão bem. Além dos militares, Kipman disse à CBN que há entre 50 e 60 civis brasileiros no Haiti, e que estes também estariam em lugar seguro. Kipman mora há dois anos no país, mas está no momento no Brasil e apenas recebeu relatos de sua equipe por telefone. Ele confirma que há danos severos em prédios da capital, mas não pode fornecer detalhes. De acordo com o embaixador, a área militar onde os brasileiros estão fica numa planície, sem muitas construções ao redor. Segundo o Itamaraty, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse preocupado com a situação dos brasileiros no Haiti, mas não passou orientações ao chanceler Celso Amorim.

O epicentro do terremoto foi dentro do território haitiano, a 10 quilômetros da cidade de Carrefour, perto da capital Porto Príncipe, a uma profundidade de apenas 30 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
( infográfico: tremor no caribe ) 

'Uma catástrofe de grandes proporções'

Segundo o embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Raymond Alcide Joseph, um assessor do presidente do país, René Préval, relatou por telefone, antes de as linhas serem cortadas, que "edifícios estavam desmoronando nas ruas à direita e à esquerda" do palácio, sem se referir a danos ao edifício. À CNN, Joseph disse que as únicas coisas que podia fazer ontem eram "rezar e esperar pelo melhor", e que se tratava de uma "catástrofe de grandes proporções".

- Tudo começou a tremer, as pessoas gritavam e as casas começaram a desabar. É um caos total - disse o jornalista Joseph Guyler Delva, da agência de notícias Reuters. - Vi gente sob os escombros, e vi gente morta.

Para Don Blakeman, um analista do Instituto Geológico dos Estados Unidos em Golden, no Colorado, um tremor tão forte como o sentido nesta terça-feira tem potencial para causar danos generalizados.

- Acho que veremos danos substanciais e vítimas.
( está na área do tremor? envie seu relato, fotos e vídeos! )

Na República Dominicana, o segundo tremor foi sentido em San Juan de Managua e nas capitais de Santo Domingo e San Isidro. As pessoas deixaram suas casas imediatamente em busca de um lugar seguro.

- Em todos os lugares foram sentidos os efeitos do tremos. Não foi reportado qualquer dano, mas estamos monitorando os lugares mais vulneráveis - disse Luis Luna Paulino, diretor da Defesa Civil do país vizinho segundo a emissora Telesur.

Um alerta de tsunami foi emitido para partes do Caribe, incluindo o Haiti, a República Dominicana, Cuba e Bahamas, mas já foi cancelado, informou o Centro para Alertas de Tsunami no Pacífico.

O Brasil lidera atualmente uma força de paz que conta com nove mil soldados, enviada em 2004, após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide. Nestes cinco anos, 13 mil soldados brasileiros já estiveram no Haiti. Atualmente, 1.266 militares brasileiros estão no Haiti. 

EUA enviarão ajuda humanitária ao Haiti 

Os Estados Unidos fornecerão assistência militar e civil ao Haiti, afirmou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

O presidente americano, Barack Obama, afirmou, mais cedo, que seus pensamentos e orações estão com a população do Haiti e que os Estados Unidos estão prontos para ajudar o país. Segundo funcionários da Casa Branca, Obama pediu que assessores se certificassem de que americanos no país estão a salvo. Os EUA têm cerca de 20 militares no Haiti à serviço da embaixada em Porto Príncipe. Obama também pediu que eles comecem a preparar ajuda humanitária para o país, caso venha a ser necessário.

A crise acaba e a vitória vai para:

Era só o que faltava..............

that's disgusting!

Do Vi o Mundo


A decisão de Lula
por Luiz Carlos Azenha


O presidente Lula deve mudar o Plano Nacional de Direitos Humanos, retirar dele os "pontos polêmicos" -- leio na mídia. O plano, como vocês sabem, é meramente propositivo. Expressa diretrizes gerais, por isso vagas. Foi resultado de um longo processo de conferências, consultas, negociações e votações.

Grupos diversos protestaram contra o conteúdo do plano, mesmo sabendo que qualquer das propostas -- repito, qualquer uma -- só será adotada depois que for escrito um projeto de lei, apresentado e aprovado no Congresso Nacional -- o que incluiria um novo período de consultas e negociações.

Mas a elite brasileira não está acostumada com a democracia. Está acostumada a não consultar ninguém, nem a população, nem a sociedade civil organizada. É a famosa democracia "dos de cima". Através dos meios de comunicação, a elite brasileira imporá uma derrota não ao governo Lula, mas ao princípio de que o Brasil pode ser governado por mais do que meia dúzia de pessoas. É uma derrota de todo o processo de participação, que inclui as conferências de comunicação, de saúde, de Direitos Humanos, etc.

É óbvio que o presidente Lula faz isso por motivos políticos. Ou por ser conciliador. Ou por achar que tudo se resolve assim, numa conversa de gabinete. Ou por achar que não vale a pena perder votos para a candidata dele, Dilma Rousseff, em defesa de propostas tão genéricas. Mas o fato concreto é que trata-se de mais uma situação em que uma decisão do presidente da República será profundamente desmobilizadora.

Quem é que vai se preocupar em participar de algum fórum, algum debate, alguma conferência, alguma discussão, se corre o risco de ver todo o trabalho que fez ser detonado lá na frente por uma canetada presidencial, porque o Ali Kamel não gostou, o Boris Casoy mentiu a respeito, um ministro de seu próprio governo chiou? É uma decisão lamentável não por abrir mão deste ou daquele ponto do plano -- afinal, repito, são meras diretrizes -- mas pelo recado que manda à sociedade civil: vão ganhar dinheiro, deixem que a gente governa aqui, nos gabinetes de Brasília, deixem que eu decido numa conversinha com o bispo, o general e o filho do Roberto Marinho.

De como se debela uma crise inventada pelo PIG

Do Luis Nassif

Crise do PNDH termina em “pito”

Greta Garbo terminou no Irajá. E a última investida, caprichada, da velha mídia para produzir uma crise institucional terminou em um pito de Lula nos dois ministros.

Confira a fria de entrar nas crises fabricadas.

Enquanto Lula estava em férias, o pacto midiático cria uma crise fenomenal.

Aí entra Paulo Sérgio Pinheiro esculhambando o drama midiático. Antes dele, o Sepúlveda Pertence e o José Gregori. Finalmente, o Cláudio Lembro – conservador como Ives Gandra e muito mais sério nas suas declarações – lamentando os exageros. Constata-se que houve consulta ampla a vários setores da sociedade civil, que o próprio governo Serra participou – através do próprio chefe da Casa Civil Aloizio Nunes.

Aí ficou o coitado do Boris Casoy com a broxa na mão, ao afirmar que “é o mais grave atentado à democracia desde o fim do regime militar”. E o Ives Gandra, pau para toda obra, dando seu parecer: é verdade.

Hoje, nos jornais, o tema parecia um vácuo de começo do ano. Estadão e Folha admitem que, com exceção da Comissão da Verdade, o Plano apenas atualizou os dois anteriores – feitos na era FHC. E, de volta das férias, a crise sem tamanho foi reduzida a um “pito” que Lula dará nos dois Ministros envolvidos na polêmica: Nelson Jobim e Paulo Vannucchi. Qual o único tema que sensibilizou Lula: o abordo. Porque é tema político? Não: porque Lula é muito católico.

O Estadão é que entrou em uma fase curiosa e rica. A parte jornalística passou a fazer jornalismo de fato, com pauta, ponderação e credibilidade. A reportagem mostra que nem Dilma Rousseff nem Franklin Martins quiseram se envolver na polêmica, embora considerem importante a questão dos direitos humanos. Aí, sai-se da reportagem para as páginas de Editoriais do Tonico e para a coluna da Dora Kramer, e se descobre um mundo virtual à parte.


Do Estadão

Ministros são chamados a explicar bate-boca e ameaças de demissão


Em encontros ontem, Lula deixou claro que está irritado com crise sobre Programa de Direitos Humanos


Curso básico de jornalismo manipulativo

Do blog do Nassif

Por O Escritor

A propósito da manipulação dos fatos pela Grande Mídia, mais importante que expressar indignação, como tantos fazem aqui, é compreender como e por que motivos ela se dá. Um auxílio nesse sentido é um texto digital que, como se costuma dizer, “vazou na Web”: o Curso Básico de Jornalismo Manipulativo – Estilo PIG. O Rascunho da Segunda Edição pode ser consultado ou baixado daqui:

http://www.divshare.com/download/10138965-808

São 313 técnicas utilizadas pelos expoentes da manipulação jornalística em nosso país. Os princípios e as atitudes especificados no texto ajudam a entender o porquê e o como.

Por uma questão de registro histórico, o Rascunho da Primeira Edição pode ser consultado ou baixado daqui:

http://www.divshare.com/download/10059501-151

Weden e Brayton,

Recentemente vocês expressaram o desejo de que alguém compilasse, com exemplos, as manobras da Grande Mídia. Talvez esse “vazamento” seja a concretização dos seus desejos.

Comentário

É um livro completo, com mais de 300 páginas Word.

Coloco aqui em PDF para facilitar o download: Curso Básico de Jornalismo Manipulativo2

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Bandeirantes veicula "reportagem" enviesada sobre o PNHD

Veja também do Luis Nassif: Jornalismo de ficção

Do Vi o Mundo

A Inacreditável "reportagem" de sandro barbosa no jornal da band

por Luiz Carlos Azenha

A TV Bandeirantes colocou uma "reportagem" inacreditável no ar. Assinada pelo repórter Sandro Barboza, de São Paulo, ela é mentirosa do início ao fim. Nunca vi algo assim, em quase 40 anos de carreira. A "reportagem" começa com o seguinte texto, lido por Boris Casoy:

O novo decreto de Direitos Humanos do governo federal é criticado pela sociedade e até mesmo por ministros de estado. A lei estabelece censura aos meios de comunicação, atenta contra o direito de propriedade e ainda liberdade religiosa. Especialistas consideram o projeto o primeiro passo para um regime ditatorial.

Narração do repórter:

A nova lei que o presidente Lula assinou sem ler passou pelo crivo direto da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, virtual candidata do PT à presidência da República, dos ministro da Justiça Tarso Genro, da Comunicação Franklin Martins e dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.

É um emaranhado de artigos e parágrafos que muitas vezes ataca a Constituição.

Repórter aparece na tela:

O decreto provocou duras críticas da sociedade e uma reação dentro do próprio governo. Para os especialistas, se for aprovada da maneira como está a lei será o mais duro golpe contra a democracia desde o fim da ditadura militar.

Narração:

Ives Gandra Martins é um dos mais conceituados juristas internacionais. Ele é autor de mais de 300 livros sobre Direito, sozinho ou com outros autores, com obras publicadas em 19 países. Ao analisar o novo decreto, ele ficou impressionado.

"É um dos documentos com as maiores sandices que eu tive oportunidade de ver nos meus 50 anos de advocacia e nos meus 49 anos de magistério de Direito".

Catedrático por 31 universidades no Brasil, na América do Sul e Europa, Ives analisou vários itens do novo decreto.

O projeto prevê que o proprietário rural que tiver uma fazenda invadida não poderá mais recorrer ao Judiciário.

"O que eles tão pretendendo é dar direito àquele que invadir qualquer terra fazer com que uma vez que for invadido o direito de propriedade deixa de ser do proprietário, passa a ser do invasor".

A lei quer evitar a divulgação de símbolos religiosos.


"Se não pode mais haver símbolos religiosos nós temos que mudar o nome da cidade de São Paulo e todas as cidades que tem nomes de santos não poderão mais ter".

Será criada uma comissão para controlar o conteúdo dos meios de comunicação.

"No momento em que se elimina a liberdade de imprensa nós estamos perante efetivamente o início de uma ditadura".

Um novo imposto sobre grandes fortunas seria instituído.

"É um imposto que afasta investimentos porque aquele que formou um patrimônio depois é tributado em todas as operações e ainda vai ser tributado no seu patrimônio pessoal".

As prostitutas contariam com direitos trabalhistas e carteira assinada.

"Isso não é profissão. Na prática o verdadeiro Direitos Humanos é tirar essas moças de onde elas estão e dar profissões dignas a elas".

Os responsáveis pela tortura durante a ditadura militar seriam julgados. Já os guerrilheiros que também torturaram ficariam livres de qualquer punição.

"Torturador de esquerda é um santo. Torturador de direita é um demônio. É um decreto preparatório para um regime ditatorial"

Em tempo: punidos e impunes da lei da anistia

Charge e texto do genial Carlos Latuff

Lei de Anistia

Com todo esse burburinho sobre a revisão da Lei de Anistia prevista no Programa Nacional de Direitos Humanos, um discurso tem sido frequente. Que se deva apurar os crimes cometidos de ambos os lados durante o regime militar, tanto dos militantes de esquerda quanto das forças de repressão.

O que a primeira vista pode parecer uma posição de aparente equilíbrio, traz na verdade um conceito reacionário, de que a resistência armada a um regime de exceção seja vista como crime (criminalização).

Não nos esqueçamos de que os militantes de esquerda que lutaram contra a ditadura militar no Brasil já tiveram punição suficiente. Foram presos, cassados, implacavelmente torturados, executados, desaparecidos. Já seus carrascos, sem nenhum arranhão, escaparam tranquilos da Justiça, indo se refugiar nos braços da Lei de Anistia, inclusive reverenciados pelos seus atuais colegas de farda nos clubes militares da vida.

Levar ao banco dos réus ex-militantes que pegaram em armas para enfrentar fascistas no Brasil seria tão absurdo quanto julgar os partisans pelos atentados cometidos contra militares alemães durante a ocupação da França na Segunda Guerra Mundial. É confundir, maliciosamente, vítimas com algozes…mais uma vez.

Por isso, meus caros internautas, eu lhes trago este checklist, para que possam imprimir em papel cartão, num tamanho que caiba no bolso ou dentro da carteira. Quando o assunto for revisão da Lei de Anistia e alguém lhe disser que “ambos os lados devam ser punidos”, mostre essa charge, só como um lembrete de mais essa verdade inconveniente.

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Fatos desmontam argumento

Eis, senhores, o óbvio ululante mais uma vez.

Qual será o próximo argumento do grupelho da tortura militar?

Do Vi o Mundo

Fatos desmontam argumento

Estou impressionado com a quantidade de pessoas, aparentemente bem informadas, que assumiram a visão de que se for necessário investigar os crimes de tortura, também será preciso investigar os crimes cometidos pelas organizações armadas.

É um argumento conhecidos: se vamos voltar ao passado, é preciso fazer investigação sobre as duas partes.

Essa visão salomônica ignora um fato elementar: um dos lados já foi investigado e punido. O outro, não.

As organizações que faziam oposição ao regime militar foram dizimadas pela polícia política do regime. A maioria acabou dissolvida à força.

Aqueles militantes que não foram executados nem levados ao exílio responderam a processo na Justiça e boa parte cumpriu pena de prisão.

Com base em dados da Justiça Militar o livro “Brasil Nunca Mais” informa em sua página 85 que entre 1964 e 1979 um total de 7.367 adversários do regime sentaram-se no banco dos réus. Outros 10.034 chegaram a ser indiciados nas fases iniciais do processo, sendo excluídos na fase da denúncia. Conclusão: pelo menos 17 000 brasileiros foram atingidos pela ação da polícia política entre a queda de Goulart e o ano em que o Congresso aprovou a Lei de Anistia.
A esses dados podemos acrescentar que 300 e 400 brasileiros que foram executados sem julgamento e alguns milhares que se exilaram, mesmo sem enfrentar processos formais.

É possível sustentar que um número razoável de integrantes das organizações armadas escaparam da ação da polícia e se beneficiaram da anistia? Sem dúvida.

Mas, deixando de lado, só por um instante, os métodos empregados, esses números mostram com clareza que o Estado brasileiro trabalhou com afinco e aplicação para investigar, purar e punir os inimigos do regime. Fez o que estava a seu alcance para atingir esse objetivo. Fez até mais do que podia, como demonstra o esforço de pedir ajuda a grandes empresários para financiar ações de organismos paralelos criados para perseguir inimigos do regime. Nem jovens com menos de 18 anos eram poupados: 12% dos brasileiros levados a julgamento eram menores de idade no momento em que a ação penal teve início.

E as denúncias de tortura? Não é possível alegar que não havia provas. Os próprios autos da Justiça Militar registram 1918 denuncias de tortura entre 1964 e 1979. São relatos com nomes, dia, hora, local. Há 30 anos essas denúncias estão nos arquivos de quem tem a obrigação de garantir o cumprimento da lei e o respeito pelos direitos das pessoas.

Sabe quantas foram investigadas? Nenhuma.

Casamento gay é ameaça à criação segundo Bentinho sixteen

Mais uma do circo apostólico de Roma.

De o Globo

CIDADE DO VATICANO – O Papa Bento XVI associou nesta segunda-feira a oposição da Igreja ao casamento gay a preocupações com o meio ambiente, sugerindo que as leis enfraquecendo “as diferenças entre os sexos” são uma ameaça à criação.

O Papa fez os comentários ao falar a diplomatas em sua avaliação anual dos eventos mundiais. O principal tema do discurso foi o meio ambiente e a proteção da criação.

- Para levar adiante nossa reflexão, precisamos lembrar que o problema do ambiente é complexo; é possível compará-lo a um prisma multifacetado – disse ele.

- As criaturas diferem-se uma das outras e podem ser protegidas, ou colocadas em perigo, de formas distintas, como sabemos a partir da experiência diária. Um ataque desse tipo vem de leis ou propostas que, em nome da luta contra a discriminação, atingem a base biológica da diferença entre os sexos. Estou pensando, por exemplo, em alguns países da Europa ou da América do Sul e do Norte – acrescentou o Pontífice.

Essa foi uma referência clara a leis aprovadas ou propostas em diversas partes do mundo.

No mês passado, a Cidade do México se tornou a primeira capital da América Latina a permitir o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Na Califórnia, nos EUA, a proibição do Estado contra o casamento gay vai a julgamento na segunda-feira, num caso federal onde os querelantes esperam seguir até a Suprema Corte dos Estados Unidos e derrubar o banimento em toda a nação.

O casamento gay é permitido por lei em diversos Estados americanos e em alguns países europeus.

- Ainda assim, a liberdade não pode ser absoluta, pois o homem não é Deus, mas a imagem de Deus, a criação de Deus. Para o homem, o caminho a ser tomado não pode ser determinado pelo capricho ou pela teimosia, mas precisa corresponder à estrutura desejada pelo Criador – disse o chefe da Igreja Católica.

No discurso a diplomatas de mais de 170 países, o papa repetiu os temas de sua mensagem para o Dia da Paz Mundial em 1 de janeiro, onde afirmou que os países industrializados devem reconhecer sua responsabilidade pela crise ambiental, reduzir o consumismo e adotar estilos de vida mais equilibrados.

Ele disse aos diplomatas estar preocupado com a falta de um acordo na cúpula climática de Copenhague no mês passado.

- Eu compartilho da preocupação crescente causada pela resistência econômica e política para combater a degradação do ambiente – declarou ele, acrescentando esperar que “seja possível chegar a um acordo para tratar efetivamente dessa questão” nas próximas conferências em Bonn e na Cidade do México neste ano.

Noam Chomsky e as estratégias de manipulação

E por considerar o assunto de grande importancia, Chomsky ganha aqui um post só pra ele

Do Joildo Santos

"O lingüista estadunidense Noam Chomsky, que se define politicamente como “companheiro de viagem” da tradição anarquista, é considerado um dos maiores intelectuais da atualidade. Entre outros estudos, ele elaborou excelentes livros e textos sobre o papel dos meios de comunicação no sistema capitalista. É dele a clássica frase de que “a propaganda representa para a democracia aquilo que o cassetete significa para o estado totalitário”. No didático artigo abaixo, Chomsky lista as “10 estratégias de manipulação” das elites. Vale a penar ler e reler:"

1- A estratégica da distração.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes.

A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

2- Crias problemas, depois oferecer soluções.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A estratégia da degradação.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, é suficiente aplicar progressivamente, em “degradado”, sobre uma duração de 10 anos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas têm sido impostas durante os anos de 1980 a 1990. Desemprego em massa, precariedade, flexibilidade, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haviam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de forma brusca.

4- A estratégica do deferido.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública no momento para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, por que o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, por que o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- Dirigir-se ao público como crianças de baixa idade.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por que?

“Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, uma resposta ou reação também desprovida de um sentido critico como a de uma pessoa de 12 anos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- Manter o público na ignorância e na mediocridade.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada as classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre o possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

8- Promover ao público a ser complacente na mediocridade.

Promover ao público a achar “cool” pelo fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- Reforçar a revolta pela culpabilidade.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E sem ação, não há revolução!

10- Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o individuo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Li primeiro no Blog do Altamiro Borges

Sobre o PiG(*), o PSDB e as eleições

Segue uma coletânea de textos colhidas em vários blogs sobre a relação da midia-esgoto com a campanha eleitoral do PSDB pra presidência.

A idéia é trazer e atualizar sempre as discussões.

Do Luis Nassif
A ofensiva publicitária de Serra
Serra no the Wall Street Journal

Do conversa afiada
O PiG vai criar crise até o Zé Alagão fugir

Do Cloaca News
Artigo de portal tucano compara Tarso Genro a Hitler
Tela Quente

Do Entrelinhas
Serra e mais um vexame oculto na mídia

Do Joildo Santos
Noam Chomsky e as estratégias de manipulação

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sobre a terceirização dos hospitais do estado de SP

Comentário

Eu sou um daqueles que está levando um banho dessa onda de terceirização de hospitais públicos. Ano passado fui provado em um concurso para o Hospital Brigadeiro que entrou na mira das OSs.

Isso porque cheguei a ser chamado para contratação de emergencia, numa ultima tentativa desesperada do hospital para não ter que esperar todos o processo.

Logo o Brigadeiro que acabou de ser reformado, todo lindo e equipado, já fechando suas portas à população e sendo direcionado para o atendimento das demandas dos endinheirados dos jardins.

Liguei para o Hospital para saber como ficariam as coisas em relação a isso e ninguém soube ou quis me informar, tudo o que consegui foi a informação de que a UNIFESP assumiria a administração da instituição agora, nesse mes de janeiro, e que eu deveria ligar pela metade do mês para ter alguma informação.

O concurso da Secretaria da Saúde foi homologado agora em Novembro. Logo, se a nova administração boicotar o concurso, sinto-me no direito de entrar com recurso.

Do Conversa Afiada

Como Serra promoveu o desmanche da saúde em São Paulo

9/janeiro/2010 11:32

O “melhor Ministro da Saúde” faz da saúde pública uma saúde privada

O “melhor Ministro da Saúde” faz da saúde pública uma saúde privada

Saiu na revista “Brasil”, número 42, de dezembro de 2009, pág. 18, reportagem de Evelyn Pedrozo http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/43 :

Veja um resumo (comentado):

. O SUS, o sistema único de saúde, universal e democrático, previsto na Constituição de 88, deveria ser orgulho do Brasil.

. O Presidente Obama tenta, agora, criar um SUS atenuado sob os protestos mais violentos do PiG (*) e da oposição do Partido Republicano.

. Para minar e privatizar o SUS, Fernando Henrique criou as Organizações Sociais, as OSs.

. As OSs administram hospitais públicos sob remuneração – 10% de taxa de administração, além de se responsabilizarem pelo pagamento de toda a manutenção, o que inclui funcionários e estrutura (o que permite, por sua vez, uma terceirização da terceirização).

. 60% dos recursos do SUS são para pagar a iniciativa privada !!!

. Entregar um hospital público a uma OS não precisa de licitação (epa !).

. Em setembro, José Serra aprovou uma Lei Complementar nº 1.095 que permite contrato de gestão por OS em hospitais já existentes e estende o modelo à cultura e ao esporte.

. Quer dizer: como previa o Conversa Afiada, se fosse Presidente – porque não será – Zé Alagão venderia o Bolsa Família à Wal Mart.

. São Paulo é onde há mais OSs.

. O orçamento da Saúde do Zé Alagão cresceu 94% de 2004 a 2009.

. Os repasses da Secretaria da Saúde para as OSs subiram 200%.

. As OSs fazem um atendimento seletivo.

. Não cuidam de doentes que exijam tratamentos complexos.

. Por exemplo, as OSs não fazem hemodiálise.

. As OSs atendem pacientes encaminhados por outros serviços; os próprios hospitais do Estado é que atendem a todos, indiscriminadamente.

. Ou seja, o melhor ministro da Saúde do Brasil, na opinião do Ministro serrista Nelson Jobim, privatizou a saúde publica de São Paulo.

. Piorou os serviços.

. E soltou a grana para instituições privadas.

. Felizmente, corre no Supremo ação que discute a constitucionalidade das OSs.

OAB apoia Vannuchi e sugere demissão de Jobim

Do blog do Nassif



OAB nacional pede demissão de Jobim.



Do Terra

OAB apoia Vannuchi e sugere demissão de Jobim

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou este domingo uma manifestação de apoio ao terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos e ao secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, que ameaça deixar o cargo caso o documento apresentado no dia 21 de dezembro sofra alguma alteração. Ele quer evitar a mudança que permitiria investigação de militantes da esquerda armada durante o período da ditadura.

Na mensagem divulgada pela assessoria da entidade, o presidente da OAB, Cezar Britto, afirma que quem “censurou, prendeu sem ordem judicial, cassou mandatos e apoiou a ditadura militar” (1964/1985) foi anistiado pela lei promulgada em 1979, mas que quem cometeu torturou cometeu crimes de lesa-humanidade e, portanto, deve ser punido pelo Estado conforme estabelece a Constituição.

Ainda de acordo com a mensagem, Britto ligou para Vannuchi a fim de se solidarizar com “sua luta pelo estabelecimento do direito à memória e à verdade”. Durante a conversa por telefone, Britto reforçou sua opinião pessoal de que a Lei da Anistia, de 1979, não implica no “esquecimento” dos fatos ocorridos durante o regime de exceção.

“Todo brasileiro tem o direito de saber que um presidente da República constitucionalmente eleito foi afastado por força de um golpe militar. Da mesma forma, não se pode esquecer que no Brasil o Congresso Nacional foi fechado por força de tanques e que juízes e ministros do Supremo Tribunal Federal foram afastados dos seus cargos por atos de força, e que havia censura, tortura e castração de todo o tipo de liberdade”, diz Britto. “O regime do medo que sustentava o passado não pode servir de desculpa no presente democrático. Um país que tem medo de sua história, não pode ser considerado um país sério”.

O diretório da OAB no Rio de Janeiro também divulgou nota em que seu presidente, Wadih Damous, critica duramente ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. No final de 2009, Jobim e os comandantes das Forças Armadas colocaram seus cargos à disposição por serem contrários à criação da chamada “Comissão da Verdade”, instância que ficaria responsável por investigar os atos cometidos por agentes do Estado durante a ditadura militar, com a possibilidade de que oficiais militares sejam punidos por crimes cometidos à época.

“Se é para haver demissões no governo que sejam as primeiras a do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e dos chefes militares”. Para Damous, setores historicamente ligados ao golpe de 1964 estão tentando criar uma crise artificial no país, distorcendo deliberadamente o conteúdo do programa.

Outros integrantes do governo, como o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, também criticam o programa, que também prevê medidas polêmicas relacionadas ao agronegócio, meio ambiente, comunicação, ciência e na relação do Estado com a Igreja. “É inaceitável que a sociedade brasileira volte a ser tutelada por chefes militares”, afirmou Damous, ressaltando que Vannuchi merece a integral solidariedade de todos aqueles que não querem ver o retrocesso da democracia brasileira.

via OAB apoia Vannuchi e sugere demissão de Jobim.

Comentário

Essa crise atual, artificial, danosa para o país, danosa para a oposição – já que, indo à reboque do oportunismo da mídia, se afastou de bandeiras históricas comuns ao chamado campo democrático – tem um responsável: Nelson Jobim.

A USP, o governo, e a tentativa de deslegitimar as reivindicações estudantis

Do site do DCE-USP

DCE-USP e SINTUSP absolvidos do processo judicial sobre ocupação da Reitoria de 2007! Vitória dos estudantes e funcionários!

Desde o início de 2008 o DCE Livre da USP e o SINTUSP estavam sendo acusados pela Reitoria de serem responsáveis pelos supostos prejuízos materiais causados durante os 51 dias de ocupação da Reitoria em 2007. A ocupação do prédio por estudantes e servidores foi um protesto contra Decretos assinados pelo Governador José Serra em janeiro de 2007, que feriam a autonomia financeira e didática da Universidade

Esses supostos prejuízos materiais alegados pela Reitoria somariam uma quantia de R$ 345.122,10. A cobrança judicial desse valor sobre DCE e SINTUSP poderia levar as entidades à falência financeira e a uma derrota política.

O DCE em 2008, sob organização da gestão Vez e Voz: o grito só não basta!, foi responsável pela elaboração da linha de defesa da entidade, sob comando da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. A Defensoria, assim como a Universidade, possui autonomia em relação aos Governos, e apoiou nosso Diretório juridicamente. Alegamos que a responsabilidade do DCE em 2007 sobre o protesto político não pode se misturar com qualquer responsabilidade por atos individuais arbitrários que supostamente geraram os tais prejuízos. E contra estes, não há provas.

Infelizmente, ao longo do ano de 2009, nada se ouviu falar sobre a defesa do DCE contra o processo indenizatório da Reitoria. A gestão Nada Será Como Antes (2009) sequer contatou os advogados de defesa da entidade, cujos telefones e emails foram devidamente informados pela gestão anterior. Pior, a gestão de 2009 sequer compareceu à Audiência das Testemunhas de Defesa do DCE e nada sabia do conteúdo do processo.

Neste final de ano, uma surpresa: a Reitoria foi derrotada pela Justiça. O DCE e o SINTUSP não foram responsabilizados pelos danos materiais alegados na ocupação da Reitoria de 2007. A Sentença alega que o pedido indenizatório da USP não procede. Um dos argumentos é que o protesto político e as supostas práticas de vandalismo são atos diferentes. E não há e nem pode haver provas de que as entidades, possivelmente responsáveis pelo protesto político, tenham incitado a ações de depredação do patrimônio. Ainda que tenham ocorrido, DCE e SINTUSP não são responsáveis.

A Reitoria ainda pode recorrer à justiça contra essa decisão. Acreditamos, porém, que a Reitoria deva aceitar a derrota judicial e aproveitar a oportunidade para por fim a esse processo político contra o movimento estudantil e sindical. Por hora, estamos provisoriamente vitoriosos contra a tentativa de desmoralização do movimento social em defesa da universidade!

Gestão Para Transformar o Tédio em Melodia

PSDB escancara campanha eleitoral na (não) VEJA

Comentário

"
Não estou dizendo que antes era o céu e que agora vivemos no inferno."
"Cometemos nossos equívocos, mas o PT destruiu o Congresso."


Mas que samba do crioulo doido é esse?
Pelo jeito o Sérgio Guerra já começou coordenando a campanha usando a (não)VEJA, logo nas paginas amarelas. Será que agora escancararam de vez?

Hilário esse mea culpa com cara de desculpa do gordinho bagunceiro pra mãe, dizendo que o coleguinha que fez caquinha primeiro, será que alguém cai nessa?


Do Vi o Mundo

A farsa do PSDB

"A esquerda somos nós"

O presidente do PSDB diz que Lula faz política com as "mãos sujas" e que haverá mudanças na economia caso os tucanos elejam o próximo presidente

Diego Escosteguy, na Veja


O senador pernambucano Sérgio Guerra, de 62 anos, prepara-se para a tarefa mais difícil de sua carreira: coordenar a campanha que pode reconduzir seu partido à Presidência da República. Ele já dá como certa a candidatura do governador de São Paulo, José Serra. Juntos, eles preparam a estratégia para enfrentar a ministra Dilma Rousseff, que representará o governo mais bem avaliado da história. Será a segunda vez que Serra vai disputar a Presidência da República. Na primeira, em 2002, perdeu para Lula. Naquela ocasião, Serra era visto como o candidato de centro-direita, por representar o governo "neoliberal" de FHC. Lula era o homem da esquerda, que fazia oposição. Oito anos depois, o redemoinho da política inverteu os papéis. O PT lançará a candidatura governista, defendendo a mesma política econômica de FHC, e o PSDB, agora na oposição, apostará numa posição mais à esquerda, como explica o senador nesta entrevista a VEJA.

O governador José Serra é o candidato do PSDB à Presidência da República?
Nós trabalhamos com esse cenário.

Com a desistência do governador de Minas, Aécio Neves, por que o PSDB não anuncia de uma vez a candidatura de Serra?

Serra tem compromissos com o estado de São Paulo. A população paulista espera que ele cumpra suas obrigações até o fim do mandato. Quando ainda existia a disputa entre Serra e Aécio, nós sentíamos que havia a necessidade de definir logo o nome. Como o governador de Minas Gerais desistiu, o anúncio se tornou irrelevante. Virá no momento apropriado. Isso não vai demorar.

Aécio já disse que não aceita ser vice na chapa tucana. Quem será?
A definição do vice se dará apenas depois do anúncio da candidatura Serra. O nome pode vir do PSDB ou do DEM, que é nosso grande parceiro. Há bons quadros nos dois partidos.

O governador de Minas parece bem descontente com o desfecho dessa disputa...
Tenho 100% de certeza que Aécio estará ao nosso lado durante a campanha. Desistir não foi uma decisão fácil para ele. A população de Minas esperava a candidatura dele a presidente. Não é fácil para Aécio administrar essa pressão. Mas cada coisa no seu tempo. Agora, ele poderá se dedicar à campanha dos nossos aliados no seu estado.

Sem Aécio na chapa, o PSDB não enfrentará ainda mais dificuldades na disputa com a candidata governista, Dilma Rousseff, que terá no seu palanque o presidente mais popular da história?

Temos um candidato fortíssimo, que não está à frente nas pesquisas por mera sorte. Serra é um político inteligente, preparado, que sabe governar e já mostrou isso. Tem história e compromisso com o país. O governo vai de Dilma, que não tem nada disso. Ela nunca foi candidata, não tem história, hospedou-se por algum tempo no PDT e agora foi para o PT. Dilma não tem o que dizer nem o que mostrar. Qual o currículo dela? Dilma é candidata porque o presidente assim quis. Mas essa história de Lula de saias não funciona.

Ela será a candidata de um governo que beira a unanimidade. O PT vai comparar os números do governo Lula com os do governo tucano.

Isso não vai colar. Eles querem impor essa campanha plebiscitária, uma pauta artificial, mas o eleitor não é bobo. Na hora da campanha, quem vai disputar a eleição serão Dilma e Serra, cada um com sua biografia. A não ser que a Lula se esconda… (risos) Ato falho. Que a Dilma se esconda.

Como Serra poderá conquistar o eleitorado do Nordeste, que idolatra o presidente e foi largamente beneficiado por programas como o Bolsa Família?

Ninguém terá os votos que Lula tem no Nordeste. Nem Dilma. Fala-se muito em transferência de votos, mas isso acontece até certo ponto. Não acredito que haverá tanta transferência para Dilma. Tenho visto isso no interior do Nordeste: o povo não ama a ministra. Mas muita gente gosta do Serra. Não será como em 2006, quando os nordestinos votaram maciçamente em Lula. Naquele ano, só fizemos campanha em Sergipe. Nos outros estados, não havia organização. Aliás, eu não podia nem falar no nome de Alckmin (então candidato do PSDB). Só queriam saber do Lula. Agora é diferente. Estamos mais organizados, temos um candidato fortíssimo.

Caso Serra vença, haverá mudanças substanciais na política econômica?

Sem dúvida nenhuma. Iremos mexer na taxa de juros, no câmbio e nas metas de inflação. Essas variáveis continuarão a reger nossa economia, mas terão pesos diferentes. Nós não estamos de acordo com a taxa de juros que está aí, com o câmbio que está aí. Estamos criando empregos no exterior. Os últimos resultados da balança comercial são negativos. Precisamos estabelecer mecanismos para criar empregos no Brasil. Espero que a sociedade nos compreenda. Será necessário fazer um rigoroso ajuste das contas públicas. Hoje, o governo gasta muito – e mal. Os gastos cresceram além da capacidade fiscal do país.

E como transcorreriam essas mudanças?

Se ganharmos, agiremos rápida e objetivamente. A forma de fazer será discutida no momento adequado. Haverá um Ministério do Planejamento que realmente planeje, e não o desastre que está aí hoje. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não se realizou. Não há prioridades programáticas, só números inflados. Apenas os projetos eleitoreiros, os que têm padrinhos políticos, estão andando. As estradas estão esburacadas, os aeroportos estão na iminência de outro apagão, a infraestrutura de transportes, como os portos, foi entregue a políticos e a grupos de pressão. Isso é o PAC na realidade – e nós vamos acabar com ele.

Falando assim, até parece que o PSDB está à esquerda do PT...

Mas nós estamos à esquerda mesmo. Se ganharmos, vamos acelerar os investimentos na educação e na saúde. Manteremos o Bolsa Família, que é um mecanismo eficiente de erradicação da miséria e da fome. O PT não é de esquerda. Já foi; não é mais. O PT se transformou num partido populista. Antes, o PT tinha militância nas grandes cidades. Agora, tem cabos eleitorais nos grotões, pagos com dinheiro público, que escorre por meio de ONGs. Isso é esquerda? Não, é populismo. A verdade é que o PT só gosta de democracia quando lhe convém. Na eleição passada, quando estávamos atrás nas pesquisas, o PT introduziu o crime na campanha, com o dossiê fajuto dos aloprados e aquela pilha de dinheiro que ninguém sabe de onde surgiu. Agora que estamos na frente, imagine o que eles vão fazer. Será uma campanha sangrenta. Eles vão fazer de tudo para impedir uma possível vitória nossa. O que está acontecendo atualmente são apenas ensaios.

Como assim?
Dilma e o PT estão fazendo campanha eleitoral sem a menor cerimônia. Isso é contra a lei. Estamos assistindo a um banho de propaganda, na linha "Pra frente, Brasil", do Médici (general Emílio Garrastazu, presidente entre 1969 e 1974, na ditadura militar). É uma estratégia bem articulada de propaganda, na qual as empresas públicas entraram fortemente. O incrível é que empresas privadas também participam disso. O filme sobre Lula (Lula, o Filho do Brasil, em cartaz) foi financiado assim. Isso é inconcebível numa democracia.

As empresas não são livres para apoiar o governo?
Apoiam para se aproximar do poder. Mas não é só isso. Em 2002, a máquina pública não foi usada na campanha de Serra a presidente. Agora, há comícios de Dilma e Lula toda semana. É um espanto. Eu vi isso no meu estado. No ano passado, Dilma passou dois dias visitando as obras de transposição do Rio São Francisco. Eu as visitei em duas horas. O que justifica ficar tanto tempo lá? É claro que se trata de campanha, e ainda por cima paga com dinheiro do contribuinte. Isso é reflexo do trato do PT com a coisa pública. Nenhum governo até hoje tinha sido capaz de aparelhar a máquina estatal de alto a baixo. Isso é péssimo para o país.

Por exemplo?
A Petrobras. É a maior empresa do país, um governo dentro do governo, e sempre foi poupada da sanha do fisiologismo. Era aceitável que se nomeassem diretores, mas a interferência parava por aí. No governo do PT, virou uma esculhambação. Puseram apaniguados em todos os setores e cargos.

Mas a Petrobras não está divulgando lucros recordes a cada trimestre?
Certamente seriam bem maiores, não fosse o loteamento. Essas nomeações causaram perda de eficiência e corrupção. No nosso governo, liquidaríamos essa prática. Seriam nomeados apenas técnicos que tivessem interesse no bem da Petrobras – e não no de um partido político. É preciso moralizar as ações políticas.

O PSDB vai mesmo usar esse discurso na campanha? Os maus costumes já se estabeleceram como aceitáveis no mundo político. Eu votei em Lula várias vezes, mas nesse quesito ele me decepcionou. Acho que Lula foi o último presidente a fazer política com as mãos sujas. O clima político está saturado. A convivência parlamentar não suportará mais uma legislatura com tantas crises. Atingimos o limite. Não há mais espaço para esse tipo de mentalidade que redundou no mensalão, na compra espúria do Parlamento. É a mesma mentalidade que troca votos no Congresso por cargos no governo, por emendas
parlamentares.

Essas práticas já eram empregadas antes do governo Lula.

Não estou dizendo que antes era o céu e que agora vivemos no inferno. Mas o PT levou ao limite essas atitudes corruptas. O mensalão não morreu. Ele sobrevive nessas práticas, no desrespeito às normas democráticas. Os mensalões têm se expandido pelo país, nas assembleias e nas câmaras municipais.

Qual a autoridade do PSDB para criticar os petistas, no momento em que o senador Eduardo Azeredo acaba de se tornar réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de liderar o mensalão mineiro?

Eu não concordo que tenha havido mensalão em Minas. O senador Azeredo é um dos homens públicos mais íntegros do país. Temos certeza de que ele será inocentado no STF.

Por que o PSDB não consegue fazer oposição?

Tentamos fazer, mas é difícil. O Congresso está desmoralizado, e o exercício da oposição sempre se deu no Parlamento. Se o Parlamento não tem força, a oposição fica limitada. As comissões parlamentares de inquérito, que são o instrumento mais poderoso da minoria, foram exterminadas. O governo aprendeu a aniquilar CPIs.

O governo FHC também enterrava CPIs, como a da Corrupção, que foi barrada no fim da gestão tucana.

Cometemos nossos equívocos, mas o PT destruiu o Congresso. Crises como a do mensalão nascem no Executivo. Não há diálogo do governo com o Congresso. O PT montou tropas de choque, com parlamentares inexpressivos, que não se constrangem em defender o indefensável, atacam os outros sem pudor e agridem a imprensa. A gasolina dessa tropa é o dinheiro público. Foi o que se viu na CPI dos Cartões Corporativos e na CPI da Petrobras, que terminaram sem começar.

Como o PSDB poderia fazer diferente, se a qualidade do próximo Congresso provavelmente será a mesma?
Primeiro, não podemos partir do princípio de que o Parlamento não presta. É preciso respeitar todos os partidos e buscar diálogo com quem queira conversar. Vamos acabar com a linguagem dos cargos e das emendas. É claro que há elementos que não se dobram a argumentos republicanos. Com esses, não haverá conversa. Para isso, é preciso ter capacidade de liderança, o que Serra sempre demonstrou ter. Nosso candidato terá autoridade política e moral para conduzir esse processo de limpeza. Dilma, por outro lado, não poderá fazer isso. Ela é filha desse contexto ruim.

Repercussão do desastre de São Luiz do Paraitinga

Do Blog do Mello

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Serra para Rei Momo

O governador de São Paulo José Serra é desde já o Folião do Ano. O homem só pensa nisso. Talvez influenciado pelos ares baianos de Trancoso, onde passou o Reveillon com a família, enquanto boa parte de São Paulo ficou debaixo d'água.

Serra em Trancoso estava, em Trancoso trancou-se, e só se dignou a dar as caras em São Luiz do Paraitinga dois dias após a cidade ficar submersa, com seu centro histórico praticamente destruído. Mas o grande folião foi logo avisando à prefeita:

- Se a prefeita topar nós ajudamos até a ter o Carnaval este ano em São Luiz.

A cidade de lama até o teto (onde ainda há teto) e o grande gestor, o astuto administrador, o queridinho da mídia porcorativa, me vem falar de Carnaval... E é esse cara que eles querem na presidência da República!

Nem a prefeita da cidade - que por sinal é tucana como ele - o levou a sério e tratou de trazê-lo à realidade (embora sabe-se lá com que prejuízos para São Luiz, já que o homem é vingativo):

- Não queremos. Quem gostar de Carnaval para pular vai vir aqui para ajudar, para reerguer a cidade. Nós vamos mudar o foco do Carnaval - disse a prefeita.

Agora, vejam como está a cidade onde Serra quer pular Carnaval, que está marcado para daqui a pouco mais de um mês:

O 3º PNDH , a mídia, os militares e os ruralistas

Para todos os lugares que se olha tem alguém fazendo campanha pra desmoralizar o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos. Criando pelo ex-presidente FHC, o plano preve uma série de propostas a serem cumpridas em vista do cumprimento dos direitos humanos e surgiu a partir de exigências da ONU.

As duas primeiras edições do plano foram lançadas ainda no governo FHC e incluiam, entre outras coisas, medidas para o controle social da midia.
Ora, a nova edição do plano mantém as mesmas propostas, mas avança na pauta, o que desagradou alguns grupos da sociedade. Abaixo o link para a discussão sobre o historico das PNHD:

Do Blog do Luis Nassif
Discutindo o PNDH
Os PNDHs nasceram com FHC
Os três PNDHs, a mídia e a Folha

Do blog Politika etc.
Golpe Comunista

Do blog do Kotscho

Militares, Igreja e Imprensa contra projeto de direitos humanos


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"Quem está contra o programa, em resumo, são: a) Militares, que não querem nem ouvir falar em Comissão da Verdade; b) Mídia, que é contra debate sobre regulamentação dos meios de comunicação (vide Confecom); c) Produtores rurais, que são contrários à proposta de se alterar a mediação de conflitos no campo.
"

Até a Igreja entrou no meio, afinal, não podiam deixar de atolar o dedo em questões sociais que ferem seus dogmas e tudo aquilo que a mantém legitimamente (ou não) de pé. A descriminalização do aborto e o casamento de HOMOSSEXUAIS (é assim mesmo que se diz, ok? ho-mos-se-xu-a-is, aprendam a dizer o nome, eu sei quevocês tem medo, mas aprendam de uma vez por todas, crianças) foram dois dos temas atacados pelas profissões de fé.

(para esse tema, ver post sobre pronunciamento do papa em relação ao casamento gay)